segunda-feira, 6 de abril de 2015

Páscoa injusta

Não sei se vou ou se fico. Não sei se fico ou se vou. Ficar em casa ou ir pro Maraca. Esta era a dúvida.
Ai, eu pensei: Vai que eu fico e o Fluminense ganha bonito. Ia ficar puto. Depois eu pensei que eu poderia ir e uma derrota poderia acontecer. Achei melhor ir. Estava com esperanças de ganhar um chocolate na Páscoa. Depois que fiquei grande a quantidade de Ovos diminuiu drasticamente. Teve um almoço bacana, um bolo de rolo, biscoitos doces, mas chocolate que é o tradicional, e que é bom, nada.
Fui pro estádio esperando um chocolate pra fechar o domingo de Páscoa doce e alegre. Ele veio, mas foi bem amargo.
Parecia que tudo ia dar certo. O ônibus chegou no exato momento em que cheguei no ponto. O bilhete único ainda tinha créditos. A criança no banco de trás cantava “Hoje. É hoje! É hoje!” E eu acreditei que era hoje mesmo.
Então cheguei no Maracanã e a bilheteria estava sem filas. O cara aceitou minha carteirinha vencida e não paguei pelo preço cheio do ingresso. A cerveja da vitória estava garantida.
Só que foi entrar na arquibancada e o flamengo fez 1x0 na preliminar. Depois fez outro. Eu relevei. Gasta tudo antes e não sobra nada depois. E a reação surgiu. O time de guerreirinhos empatou o jogo e quase virou. A garra da molecada poderia servir de inspiração pros profissionais. Estava confiante. O time do Fluminense que habita meus pensamento é imbatível, incrível e quase nunca corresponde com a realidade.
A torcida jogou o pó de arroz bem antes da hora. Eu tive a mesma sensação ruim de quando cheguei no maraca e fui recebido com aquele gol. Pensei em outra coisa. Fiz de tudo pra não ouvir o nome dos jogadores deles, mas não deu pra evitar Jonas e Alecssandro. Tentei compensar gritando bastante os nomes de Gerson, Fred e Kennedy. Como é difícil gritar Kennedy. Sai Quênedí. Gerson tinha a promessa de vir e fazer o bicho pegar. E o Fred, pegaria, como geralmente faz. E faria o gol 300. A Páscoa seria linda.
Deu tudo errado. O maldito do Jonas acertou um chute que nunca mais vai conseguir repetir. Cavalieri vacilou. E quando eu olhei no relógio já tinha quase 20 minutos de jogo. Uma pelada. Jogo ruim faz o tempo passar rápido demais. Até que o Fred foi expulso e o resto do jogo foi um sofrimento interminável.
Dou outro lado da arquibancada deu pra ver que foi falta. Uma vergonha, um absurdo. Deu vontade de ir embora. Pensei na preliminar. Achei que poderia presenciar mais um milagre na Páscoa. Jesus ressuscitou. Vai ser difícil ressuscitar este time do Fluminense.
O resto do jogo nem vale a pena comentar. Um a menos é complicado. Pior quando é preciso depender de W.Silva, Jean e Wagner. Jogadores sem raça, sem vontade. Gerson sentiu, sumiu e o Kennedy correu, correu e cansou. O treinador bem que tentou, mas não conseguiu dar jeito. Nenhuma substituição surtiu efeito. Para piorar colocou o Marlone em campo e só de implicância continuarei a não me esforçar para aprender seu sobrenome.
O juiz foi bem sem vergonha. Não tenho bola de cristal pra afirmar que o resultado seria outro. Quando aconteceu a expulsão já tava 1x0 e o time não jogava bem. Mil coisas poderiam ter acontecido. Algumas coisas boas poderiam ter acontecido. Uma virada, gol do fred, uma goleada a nosso favor e um retorno pra casa alegre, sem stress e chateação. Eu fico bem irritado quando o time perde. Ainda mais depois deste erro absurdo. O juiz evitou que isso pudesse acontecer. Nem esperança na virada eu tive.
O time tá uma zona e a arbitragem atrapalha. Acho que a galera não leva fé que o time do Fluminense tá todo zoado. Nem precisa roubar. As coisas se complicam por incompetência própria. Tanto é que tá essa dificuldade toda pra classificar.
Contra tudo e contra todos quarta diante do Madureira. Ganhar? Sem Fred e com um juiz provavelmente jogando contra? Só por um milagre. E se acontecer, bota na conta do Papa.
João de Deus vai ter trabalho triplicado.


A única coisa legal do jogo foi a torcida. Ignorou as adversidades, não vaiou e cantou o tempo todo. Em certos momentos parecia que o placar estava invertido. Eles eram a maioria, ¾ do estádio. Mas a festa mesmo foi do nosso lado. Pelo menos foi divertido.

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