terça-feira, 3 de novembro de 2015

Chuva de sapos

Fim de feriado. Feriados não deveriam cair na segunda-feira. É sabido que segunda é um dia horrível. É ser repetitivo e até sem graça fazer piada ou reclamar do primeiro dia útil da semana. Tão ruim que até fizeram um seriado sem graça sobre ela. E não passa numa segunda. A única coisa que eu achei engraçado. Eu e um monte de gente não gosta de segundas. Não sei se só sou eu que não gosta quando o feriado cai na segunda. Mas enfim, caiu e eu não gostei muito. Tanto é que resolvi dormir cedo. Dormir cedo para acordar cedo. Dizem que funciona. Deu errado. Acordei de madrugada.
Ultimamente tem sido bem complicado dormir. Durmo tarde e acordo cedo. Resultado: passo o dia com seno. Até parei de ir ao cinema de tarde ou muito tarde. Sessão só entre cinco e sete da noite. E tem que ter um café ou coca-cola antes e uma balinhas durante. Teve uma vez que precisei até comprar um saco gigante de pipoca doce. Consegui aguentar três sessões em sequência. Coisas de Festival do Rio.
Eu também fico meio disperso. Começo a falar de uma coisa e vou falar de outra. Culpa do pouco tempo na cama. E quando é o contrário – durmo cedo – acordo cedo. Deveria acordar tarde ou acordar na hora que deveria acordar e não ter que ficar escrevendo sobre meu sono desregulado.
Um inferno. De um jeito ou de outro eu sempre estou com sono. Dormindo tarde, ou cedo, sempre acordando na hora errada.
E desta vez foi na madrugada. Mais precisamente quatro horas e 15 minutos de uma madrugada extremamente fria. Não por causa do clima, culpa do ar condicionado. Dormi do lado do controle remoto e durante a noite ele desapareceu. A tecnologia avança para facilitar as nossas vidas e vez ou outra acaba atrapalhando. O ar é desses novos, modernos, que ficam no teto. E não tem botão para regular ou ligar ou desligar. Tudo depende do controle remoto. E claro, das pilhas dentro dele. Tremendo de frio tive que me levantar, revirar lençóis, cobertas e travesseiros. A busca durou alguns minutos que pra mim pareceram horas de sofrimento na Sibéria. 17O nunca parece frio o suficiente quando ligo o ar.
Tesouro encontrado, temperatura regulada e a busca passou a ser pelo controle da tv. Sorte que ele é gigante, difícil de se perder. Pilhas ainda em perfeito funcionamento. Lá fora uns barulhos estranhos. Talvez um chuvisco de primavera na madrugada. Primavera, né? Esse calor absurdo com variações drásticas de temperatura sempre me confundem. Sempre acho que emenda o inverno no verão e a primavera é só uma ilusão.
Enquanto pensava nesta besteira a tv ligou e sapos estavam caindo no céu. No quis do site eu acertava na hora: Magnólia! Nem ousei tentar descobrir o que passava nos outros canais. Vi até o fim, que por sinal já era logo ali.
Felizmente a tecnologia também serve pra facilitar as nossas vidas. Apertei o REW e voltei no tempo. Voltei para os créditos iniciais e assisti a tudo desde o início.
Meu filme favorito do PTA. E eu nem me liguei nas três horas de duração.
“Save me” a música que toca no final. Save minha madrugada.
O filme acabou mais ou menos na hora em que eu deveria acordar. Chovia muito. Nada de sapos. Apenas um longo engarrafamento para enfrentar.
Feriados na segunda. Magnólia foi o ponto alto do meu.
Muitos encarando a terça com uma ressaca e eu com sono.

Tanto sono que não sei porque comecei a escrever isso. Me perdi pelo meio do caminho. Talvez tanta volta, tanta confusão tivesse o intuito apenas de dizer que vi Magnólia e que você deveria ver também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário