quarta-feira, 1 de abril de 2015

21 coisas coisas sobre Ponte Aérea

Trânsito infernal na barra. Queria poder pegar um avião para fugir do engarrafamento e chegar mais rápido em casa. Mas a única possibilidade era Ponte Aérea no cinema. E ai estão algumas coisas que eu queria falar sobre o filme

1- Caio Blat é paulista e foi escalado para ser o protagonista carioca. Tem vezes que um ator é escalado para um determinado papel e precisa de meses de treinamento e preparação para conseguir passar credibilidade. Acho que o Caio já mora no Rio faz um certo tempo. Ele é o melhor do elenco. Só que na primeira vez em que aparece usa o “brother” como se fosse vírgula. Isso me irritou bastante. Eu falo muito “brother” e em poucos segundos ele já havia falado mais do que eu em uma semana. Por falha do filme e para minha sorte, ficou só nessa cena. Bem verdade que depois ele volta a falar, mas é quando assunto é o Mário Bros. Isso não é uma marca registrada do personagem.

2- Letícia Colin é paulista e novinha. No máximo deve ter uns 25 anos. Aqui deram uma envelhecida nela. Talvez para que a química com Caio Blatt pudesse fazer efeito. Quando eu li que eles formariam o par romântico da história achei que não iria funcionar pela diferença de idade. Tanto a maquiagem, o cabelo e as roupas, deixaram Letícia com cara de mais velha. Pro meu gosto não ficou legal não. Achei bem artificial.

3- Julia Rezende, a diretora, deve ser fanzoca de Sofia Coppolla. Logo no início do filme tem um plano da Letícia a lá Encontros e desencontros.

4 – O bumbum da Letícia aparece bastante neste filme.

5 – O título do filme e a sinopse ajudaram a criar na minha cabeça a ideia de que a história seria sobre as dificuldades de se manter um relacionamento onde um mora no Rio de Janeiro e a outra em São Paulo. Os problemas de distância, a logística e a despesa das viagens, eventuais problemas no aeroporto e coisas do tipo. Achei que seria bem assim. Mas é um pouco diferente. A distância chega a ser um problema, no entanto é rapidamente resolvida. Além de Letícia existe outra coisa que faz com que Caio vá para São Paulo. Este detalhe a mais muda a história. Acho que nem precisava. Poderiam ter feito outras escolhas. É um filme sobre amadurecimento, a transição para a vida adulta, saber lidar com responsabilidades. Eu preferia um foco maior no relacionamento à distância. Tem um filme legalzinho com a Drew Barrymore e o Justin Long que é bem assim.

6 – Ah, os velhos clichês. Na verdade é uma história de amor entre as cidades. A personagem de Letícia é a personificação de São Paulo. Whorkaholic, séria, centrada, responsável e elegante. Veste-se bem, tem uma boa condição financeira e social, uma carreira em ascensão e é publicitária. Já Caio é o Rio de Janeiro. É artista, um pouco irresponsável, barbudo, todo tatuado, jeitão largado, sem emprego fixo, vivendo cada dia sem pensar no futuro, sem planejamento. Relax, tranquilo.
Até acho interessante esta abordagem, mas fica por ai. Muito clichê e pouco desenvolvimento. Um filme que tenta inovar, fugir dos caminhos de sempre das histórias de romance, mas escorrega no meio do caminho.

7 – As cidades são mostradas de forma bem superficial. Aquelas imagens que todo mundo já conhece.

8 – Mais um filme mostrando o mundo dos publicitários. As cenas na agência e as reuniões com o cliente insuportável são muito chatas. Um dos roteiristas era publicitário e isso explica tudo. Po, se ser publicitário é tão legal por que resolveu fazer cinema?

9 – Letícia precisa descobrir a alma carioca e o Caio Blat leva ela pra tomar uma cerveja e comer pastel na mureta da Urca. Esta é a alma carioca mesmo? Fala sério!

10 – O primeiro filme da Julia Rezende foi uma comédia romântica que eu não achei nada romântica e nada engraçada. Confesso que não aguentei ver tudo. Larguei antes da metade e não quero voltar a ver. Mas fez sucesso e vai ter uma continuação. Neste segundo trabalho há uma boa vontade em fugir do padrão das comédias. É um romance. Tá classificado assim no Filme B e no resumo do cinema. Ela colocou o marido, o Sílvio Guindane, com o objetivo de ser o alívio cômico da parada, só que não funciona não. Valeu o esforço.

11 – A trilha sonora é legal. Achei a melhor coisa do filme.

12 – A cena do Caio Blat na praia é maneira. O Climax mostra que Letícia tem potencial dramático.

13 – O roteiro tem umas mudanças que não fazem muito sentido lá pro final. Atitudes de personagens que não ficam muito claras.

14 – Gosto do final. Não porque é uma conclusão que me agrade, mas porque é coerente com o que eu achei da história. Qualquer coisa diferente ali seria um absurdo.

15 – O personagem de Caio desde o início se entrega ao amor enquanto que Letícia é mais fria, colocando o trabalho em primeiro lugar. No início parece que ela é uma pessoa chata e não havia motivo algum para ele gostar tanto dela. Tive certa dificuldade para torcer por este casal. Eu nunca ia procurar ela depois da carona.

16- Um romance artificial. Um voo com bastante turbulência.

17 – Nunca peguei uma ponte aérea. Já ouvi vários relatos de pessoas que tem problemas no aeroporto. Atrasos, cancelamentos, bagagem perdida, furtada, essas coisas. Espero que quando chegar a hora minha ponte aérea seja mais agradável.

18 – O Telecine e a Avianca botaram uma grana forte no filme. As cenas de merchan são péssimas. Tipo as que fazem nas novelas.

19 – O UCI do New York Center, é o maior cinema da Barra da Tijuca. Tem 18 salas e nenhuma passou o filme. Acho que eles só curtem comédias.

20 – Eu vi o filme no Via Park. Antigamente o cinema era horrível, só que recentemente passou por reformas. É o melhor cinema da Barra. A tela é gigantesca e a sala tem um espaço legal. A sala 2 é uma das menores. Imagina a 3 e a 4, as maiores do complexo. As 2 salas VIPs são bem confortáveis.

21 – Tem umas cenas de sexo intensas. Bem estiloso. Passou verdade, quando realmente o casal funciona, transmite paixão. O filme tenta passar uma vibe séria, um drama para gente grande.

Leva uma tulipa e um chopp como avaliação.


Criolo tá é certo. Não existe amor em SP.

Amor à distânica! É o filme com a Drew e o Justin Long. Aqui sim a distância é uma complicação mais presente. Não é lá essas maravilhas, mas gostei bem mais do que Ponte. 
E se o assunto é amor e aviões, Amor sem Escalas é um filme que vale a pena ser visto. George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick e Jason Reitman - na época que fazia filmes bons - na direção.

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