Trânsito
infernal na barra. Queria poder pegar um avião para fugir do engarrafamento e
chegar mais rápido em casa. Mas a única possibilidade era Ponte Aérea no
cinema. E ai estão algumas coisas que eu queria falar sobre o filme
1- Caio
Blat é paulista e foi escalado para ser o protagonista carioca. Tem vezes que
um ator é escalado para um determinado papel e precisa de meses de treinamento
e preparação para conseguir passar credibilidade. Acho que o Caio já mora no
Rio faz um certo tempo. Ele é o melhor do elenco. Só que na primeira vez em que
aparece usa o “brother” como se fosse vírgula. Isso me irritou bastante. Eu
falo muito “brother” e em poucos segundos ele já havia falado mais do que eu em
uma semana. Por falha do filme e para minha sorte, ficou só nessa cena. Bem
verdade que depois ele volta a falar, mas é quando assunto é o Mário Bros. Isso
não é uma marca registrada do personagem.
2- Letícia
Colin é paulista e novinha. No máximo deve ter uns 25 anos. Aqui deram uma
envelhecida nela. Talvez para que a química com Caio Blatt pudesse fazer
efeito. Quando eu li que eles formariam o par romântico da história achei que
não iria funcionar pela diferença de idade. Tanto a maquiagem, o cabelo e as
roupas, deixaram Letícia com cara de mais velha. Pro meu gosto não ficou legal
não. Achei bem artificial.
3- Julia
Rezende, a diretora, deve ser fanzoca de Sofia Coppolla. Logo no início do
filme tem um plano da Letícia a lá Encontros e desencontros.
4 – O
bumbum da Letícia aparece bastante neste filme.
5 – O
título do filme e a sinopse ajudaram a criar na minha cabeça a ideia de que a
história seria sobre as dificuldades de se manter um relacionamento onde um
mora no Rio de Janeiro e a outra em São Paulo. Os problemas de distância, a
logística e a despesa das viagens, eventuais problemas no aeroporto e coisas do
tipo. Achei que seria bem assim. Mas é um pouco diferente. A distância chega a
ser um problema, no entanto é rapidamente resolvida. Além de Letícia existe
outra coisa que faz com que Caio vá para São Paulo. Este detalhe a mais muda a
história. Acho que nem precisava. Poderiam ter feito outras escolhas. É um
filme sobre amadurecimento, a transição para a vida adulta, saber lidar com
responsabilidades. Eu preferia um foco maior no relacionamento à distância. Tem
um filme legalzinho com a Drew Barrymore e o Justin Long que é bem assim.
6 – Ah, os
velhos clichês. Na verdade é uma história de amor entre as cidades. A
personagem de Letícia é a personificação de São Paulo. Whorkaholic, séria,
centrada, responsável e elegante. Veste-se bem, tem uma boa condição financeira
e social, uma carreira em ascensão e é publicitária. Já Caio é o Rio de
Janeiro. É artista, um pouco irresponsável, barbudo, todo tatuado, jeitão
largado, sem emprego fixo, vivendo cada dia sem pensar no futuro, sem
planejamento. Relax, tranquilo.
Até acho
interessante esta abordagem, mas fica por ai. Muito clichê e pouco
desenvolvimento. Um filme que tenta inovar, fugir dos caminhos de sempre das
histórias de romance, mas escorrega no meio do caminho.
7 – As
cidades são mostradas de forma bem superficial. Aquelas imagens que todo mundo
já conhece.
8 – Mais
um filme mostrando o mundo dos publicitários. As cenas na agência e as reuniões
com o cliente insuportável são muito chatas. Um dos roteiristas era
publicitário e isso explica tudo. Po, se ser publicitário é tão legal por que
resolveu fazer cinema?
9 –
Letícia precisa descobrir a alma carioca e o Caio Blat leva ela pra tomar uma
cerveja e comer pastel na mureta da Urca. Esta é a alma carioca mesmo? Fala
sério!
10 – O
primeiro filme da Julia Rezende foi uma comédia romântica que eu não achei nada
romântica e nada engraçada. Confesso que não aguentei ver tudo. Larguei antes
da metade e não quero voltar a ver. Mas fez sucesso e vai ter uma continuação.
Neste segundo trabalho há uma boa vontade em fugir do padrão das comédias. É um
romance. Tá classificado assim no Filme B e no resumo do cinema. Ela colocou o
marido, o Sílvio Guindane, com o objetivo de ser o alívio cômico da parada, só
que não funciona não. Valeu o esforço.
11 – A
trilha sonora é legal. Achei a melhor coisa do filme.
12 – A
cena do Caio Blat na praia é maneira. O Climax mostra que Letícia tem potencial
dramático.
13 – O
roteiro tem umas mudanças que não fazem muito sentido lá pro final. Atitudes de
personagens que não ficam muito claras.
14 – Gosto
do final. Não porque é uma conclusão que me agrade, mas porque é coerente com o
que eu achei da história. Qualquer coisa diferente ali seria um absurdo.
15 – O
personagem de Caio desde o início se entrega ao amor enquanto que Letícia é
mais fria, colocando o trabalho em primeiro lugar. No início parece que ela é
uma pessoa chata e não havia motivo algum para ele gostar tanto dela. Tive
certa dificuldade para torcer por este casal. Eu nunca ia procurar ela depois
da carona.
16- Um
romance artificial. Um voo com bastante turbulência.
17 – Nunca
peguei uma ponte aérea. Já ouvi vários relatos de pessoas que tem problemas no
aeroporto. Atrasos, cancelamentos, bagagem perdida, furtada, essas coisas.
Espero que quando chegar a hora minha ponte aérea seja mais agradável.
18 – O
Telecine e a Avianca botaram uma grana forte no filme. As cenas de merchan são
péssimas. Tipo as que fazem nas novelas.
19 – O UCI
do New York Center, é o maior cinema da Barra da Tijuca. Tem 18 salas e nenhuma
passou o filme. Acho que eles só curtem comédias.
20 – Eu vi
o filme no Via Park. Antigamente o cinema era horrível, só que recentemente
passou por reformas. É o melhor cinema da Barra. A tela é gigantesca e a sala
tem um espaço legal. A sala 2 é uma das menores. Imagina a 3 e a 4, as maiores
do complexo. As 2 salas VIPs são bem confortáveis.
21 – Tem umas
cenas de sexo intensas. Bem estiloso. Passou verdade, quando realmente o casal
funciona, transmite paixão. O filme tenta passar uma vibe séria, um drama para
gente grande.
Leva uma
tulipa e um chopp como avaliação.
Criolo tá
é certo. Não existe amor em SP.
Amor à distânica! É o filme com a Drew e o Justin Long. Aqui sim a distância é uma complicação mais presente. Não é lá essas maravilhas, mas gostei bem mais do que Ponte.
E se o assunto é amor e aviões, Amor sem Escalas é um filme que vale a pena ser visto. George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick e Jason Reitman - na época que fazia filmes bons - na direção.
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